quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Livre-se das coisas velhas


Estava procurando referências na internet para escrever este post e a primeira surpresa foi digitar "feng shui coisas velhas" no Google e a primeira resposta ser "Funerária Santa Casa RJ". Tive uma crise de riso!!! Mas pensando bem é bem apropriado.



Daí achei essa ótima reportagem, que reproduzo partes abaixo, com o título deste post, que vocês podem consultar na íntegra neste link: http://mdemulher.abril.com.br/bem-estar/reportagem/viver-bem/jogar-coisas-velhas-fora-ajuda-levar-vida-frente-622298.shtml.

A avó dos meus primos, uma senhora muito inteligente com quem tive a honra de viver junto por 7 anos uma vez falou uma coisa sobre terapia:

"Pense em arrumar um porão muito muito sujo e cheio de coisas. Você pode fazer a limpeza de duas maneiras. Uma delas é você abrir as portas e as janelas e deixar a luz entrar por alguns dias, e aí naturalmente os insetos e bichos vão sair. Daí você um dia entra e varre, no outro separa coisas para jogar fora, no outro limpa as coisas que ficaram, no quarto dia você conserta as coisas quebradas e pinta as paredes e de repente, meio sem notar está tudo limpo e pronto. A outra maneira é você entrar, com mais duas ou três pessoas, com vassouras, baldes e material de limpeza. Mata os bichos a vassouradas, limpa tudo e pronto. Dos dois modos o porão fica limpo, mas vale a pena todo o esforço da segunda opção? Quais são os efeitos dessa segunda opção?"

Então. Acho que o processo de limpeza da minha casa foi escolhido, talvez pela própria casa, pela vida, sei lá eu porquê. E foi o primeiro método. Digo que foi escolhido pela casa, porque muitas mudanças foram feitas por questões fora do nosso controle. Como os cupins por exemplo.

Todo dia a gente separa algo, limpa um pouquinho, mas o processo é tão grande e tão dolorido que ainda resta muita, muita coisa a fazer.


"Os objetos são vistos como uma extensão de nossa personalidade",  
"abrir mão deles seria como abrir mão de si mesma."(antropólogo Arthur Shaker, professor de meditação budista da Casa de Dharma, em São Paulo.) .

Há, ainda, o desejo de se precaver contra todas as eventualidades que o futuro possa trazer. Vai que ocorra uma enchente e você precise daquela galocha guardada há anos. "Nesse caso, é uma necessidade parecida com a que nos faz carregar uma mala pesada quando viajamos por temermos ficar desprotegidos", compara Lana.

Pode ser também insegurança com relação ao futuro, medo de se livrar e não conseguir aquilo novamente, a preguiça de tomar uma decisão (jogo fora ou não o relógio que parou de funcionar?). Seja qual for a explicação para juntarmos coisas e sentimentos, a conclusão é que isso é ruim. Ao abandonar coisas que não têm mais valor ou utilidade, sua essência aparecerá. Desfazer-se do peso morto ainda abre espaço para a introspecção. Ambientes atulhados causam uma superexcitação.
"A mente fica o tempo todo sendo arrastada pelo objeto e não descansa nunca", descreve Arthur. Sem falar que viver tropeçando no que não serve e acaba atravancando o fluxo de energia. "Toda casa tem uma energia que chamamos de chi", explica Franco Guizzetti, consultor de feng shui, de São Paulo. "O chi não circula em ambientes atulhados, cheios de objetos, saturados. A energia fica estagnada", completa ele. Essa regra vale também para coisas que ficam paradas durante muito tempo. Se não quer se livrar de algo, torne-o útil. É preciso ler os livros comprados, consertar o que está quebrado, tirar o aparelho de jantar de porcelana do armário. Não há razão para manter enfurnados objetos que você julga importantes. É você que faz um momento ser especial para merecê-los.

O primeiro passo para liberar a área é, sem dúvida, estar disposta a isso. "Jogar coisas fora pede coragem e manda uma mensagem para o mundo: quero me renovar", diz Lana. Tomada a decisão, vale uma dica prática de Gail Blanke em seu livro Jogue Fora 50 Coisas. Ela sugere pegar três sacos grandes de lixo e etiquetá-los: lixo (propriamente dito), doação e venda. Quando algo entrar em algum deles, não pode mais sair. O segredo é passear com eles pelos vários cômodos e fazer com que se encham com tudo o que é inútil.

Depois do excesso material, vem o mental. Pode ser um bom caminho começar com as lembranças incômodas, as mágoas não resolvidas. E, principalmente, as ideias preconcebidas que tem de si mesma. Gail sugere mais algumas sensações que podem ir para o saco:arrependimentos, a tendência de sempre pensar no pior, a convicção de que precisa fazer tudo sozinha.

"Precisamos nos desapegar do velho, dos automatismos, dos atalhos mentais que usamos por preguiça e que nos impedem de ter um novo olhar sobre tudo", complementa Lana. "A decisão de pôr mãos à obra e reorganizar o espaço interno e externo tem um efeito transformador. Abre espaço para uma nova disposição, um novo jeito de se posicionar na vida", diz. É um movimento de renovação não apenas do que está visível, mas, mais importante, do que está por dentro - do seu armário ou de você mesma.

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